quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Palavra do dia: O amor nos tempos da volatilidade

O amor nos tempos do cólera é um livro do García-Marquez que, fato, eu nunca li. Eu sou burra.

Mas, o que interessa é: claro, temos muita cólera, raiva, ódio, ira, guerra, nos nossos coraçõezinhos, ultimamente [Só ultimamente? HÁ!]. Mas, o que, de fato, me perturba, é não termos bom senso em nossas mentes.

Ah, o amor, o coração. Por quê sempre colocamos o coração no meio, sendo o cérebro que controla todas as nossas emoções?

Eu tinha um amigo que teorizava, que é porque seria muito feio fazermos algo como:

BETH *desenho de um cérebro* TUOMAS

O que me lembra uma HQ que eu curto muito, linda demais, Harlequin Valentine, do Neil Gaiman com o John Bolton:



Ele até fez uma leitura e colocou no site dele, aproveitando o ensejo do Valentine's Day dos países lá de cima, mas, quando ele twittou, não copiei o link, tampouco achei no site. Sorry, folks =/

Deixando de divagar, o Arlequim tira seu coração, literalmente, e o fixa à porta de sua amada. Resumindo e SPOILER, SPOILER, SPOILER, WATCH OUT, WATCH OUT, WATCH OUT, ele vira um Pierrot, no fim das contas, como quase todos que entregamos nosso "coração bobo, coração bola" na mão de alguém.

Mas, o que está me perturbando, mesmo, é o que me perturba desde a adolescência:

A facilidade com que as pessoas dizem Eu te amo.



É, bem mongol, tipo isso, mesmo.

Gente, vários amigos, colegas, pessoas ganz random de msn, com coraçõezinhos no msn, um pessoal que conheceu o namorado há uma semana, e já diz que ama, amor da minha vida, lá lá lá... Isso faz com que eu pare e pense:

Será meu coração de pedra?

Não.

Já falei, tá até na minha profile do orkut: tenho medo, sim, todo mundo tem. Ficar sozinho é muito mais cômodo, não temos que aturar ninguém, não temos que medir palavras e atos, e ainda podemos ficar com quem quisermos.

Fato, é: tenho mais medo de ficar sozinha pra sempre, não achar ninguém me ature e que eu ature.

PAR PERFEITO é alguém que eu aturo e que me atura, diga-se de passagem. Melhor que isso, olha, vou te bater a real: "you cannot hide yourself behind a fairy tale forever and ever".

Garanto a vocês, tô disposta a sair de dentro de mim, me machucar de novo, e de novo, e de novo, mas, achar alguém no fim do arco-íris. Um pote de ouro, mas, hetero, ainda que encontrado no fim de um arco-íris.. Afinal, quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém.

Mas... OK. Saio de dentro de mim, acho um menino... Tchu ru ru, a gente se pega, lalala, a gente se gosta, um mês depois a gente se ama?!

WAS IST DENN LOSS? WAS IST PASSIERT?

Sem aquela história de "cada um é cada um"! Não, hoje eu não vou relativizar e vou abstrair que alguma vez na vida já estudei Antropologia. É IMPOSSÍVEL que alguém ame assim.

Vamos pegar o sentido bíblico do amor, que, PRA MIM, vejam bem, pra minha pessoa, apenas, é o amor:

"O amor é paciente, é bondoso; o amor não arde em ciúmes, não se orgulha, não é soberbo, não se porta com indecência, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade; tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" 1 Coríntios 13:4

Eu acho uma boa definição, e vocês?

Agora respondam: em um mês... comofas/

E o amor nos tempos da volatilidade? Vejamos o que gera:

- Gravidez indesejada

- Traumas

- Perseguição

- Ciúmes doentios

- Assassinato

- Divórcios

- Famílias desestruturadas

- Filhos culpados

Hum, exagerada, eu? Sempre, baby, jogada aos seus pés.

Sem contar naqueles inconvenientes que, certamente, todos nós já conhecemos:

O amigo ou amiga que começa a viver em função da namorada ou namorado e, depois que o amor da vida da última semana acaba, vem correndo pra gente, dizer que estava com saudades, que quer sair.

Isso me irrita brutalmente.

O que faremos, então, nós, os vis corações de pedra?! Nos rendemos, dizemos que amamos pra não ficarmos mal?

Ou eu sou realmente malvadonna? Estarei eu errada?

Talvez as pessoas saibam o que significa amor, que a gente morre por amor, que a gente mata por amor, que a gente se humilha e se arrepende por amor. Que a gente se anula por amor.

É mais provável, hein, com a quantidade de gente que fala eu te amo pra lá e pra cá...

E é isso aí.

Don't cry for me, Barranquilla.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Palavra do dia: Plenos Pecados

Plenos pecados é uma série lançada pela editora Objetiva em meados do ano 2000. Livros elaborados por autores do melhor calibre, falando com muita propriedade dos 7 pecados bíblicos. Ironicamente, estou lendo a Inveja - Mal Secreto, do Zuenir Ventura. Levando em consideração a alta qualidade das leituras e a extrema ironia dos casos, o post do blog, hoje, é sobre essa coleção.

Querem saber por que? Se liguem na metáfora sensacional da coisa, apesar de literal:

Eu li, obviamente, a Luxúria antes de todos. E adorei. Um ano depois, comecei a catar em sebos os outros da série.

A Luxúria e a Gula eu amei e as mantenho uma do lado da outra, na estante. Indiquei e emprestei pra várias pessoas, que também adoraram.

A Avareza achei chata, passei pra frente. Não indico e, quem leu por curiosidade, não gostou muito, também.

A Ira eu adorei, acabei de ler na pressa, no aeroporto, antes de ir pra Alemanha. Meu pai perdeu a minha Ira.

A Soberba tá ali na estante, sem pressa pra ler.

A Preguiça eu ainda não achei. Mas, corre à boca miúda que realmente passa isso.

E a Inveja, ironia máxima dessa trama, estou lendo agora. E estou gostando demais.

A quem interessar possa, aí vão poucos fatos e ainda menos fotos sobre eles:

1- Luxúria - A Casa dos Budas Ditosos, por João Ubaldo Ribeiro.

"Não dá ler esse livro sem tocar umazinha" - Bruno Mazzucco, uns tempos atrás, numa mesa de bar.



Nos meus tempos áureos de Colégio Pentágono, no terceiro ano, idos de 2003, várias amigas leram esse livro. Menos eu. Dizem elas que mudou a vida delas. O fato é, aos 16, 17 anos, a maioria delas era virgem, e, depois do livro, continuou. Então, não vejo como pode ter mudado tanto. Enfim...

Tive contato com o livro novamente em 2008, quando a Gisela mandou que lêssemos alguma literatura que não fosse relativa à Biblioteconomia. O que ela não precisava saber é que eu lia coisas que não fossem relativas à biblioteconomia =D O espírito de porco que leu e narrou essa história na sala de aula, ante nossa estimada professora não fui, acalmem-se. Foi minha ídala, a Gostosona da FAED e minha BFF, Dayane Dornelles.



A Day começou frenética, já: Me chupe!

A cara da Gisela foi a melhor.

Depois da maravilhosa contação de história - que rendeu à minha amiga uma estigma que a impediria de ser formar conosco, a da ASPAS imaturidades ASPAS - fui trabalhar, à época, estagiando na BU da UDESC e, claro, catar a bodega do livro.

Eu tenho o péssimo hábito de, quando gosto MUITO de um livro, eu querer comprá-lo, e terminar de ler o meu, não o da biblioteca. Com esse não foi diferente. Fui na Saraiva na mesma semana e paguei quase 40 pilas naquele livrinho de nada. Tudo bem, foi bem gasto. Mas, os outros, todos de sebo.

Depois disso, indiquei o livro pra VÁRIOS leitores, na Barca, quando comecei a trabalhar lá, e todos adoravam e agradeciam a dica, e uns ainda passavam pra outro amigo que se interessava.

E dei de presente pra duas amigas, também. O livro.

2- Avareza

Achei um saco, oi!

3- Gula - Clube dos Anjos, por Luís Fernando Veríssimo

Veríssimo falando de comida, vocês querem mais o que?

É cativante, é irônico, é bom demais! Diferindo do luxúria que, fato, dá vontade de trepar [apesar de alguns episódios grotescos], o Gula não deixa com vontade de comer. Mas é um policial - UM POLICIAL, EU DISSE - do Veríssimo, é imperdível, e é fininho, acaba num tapa =/

4- Ira

Li tão na pressa que não lembro o autor, o título, nada. Mas é só vocês googlarem. Acho que é Xadrez, o nome, ou algo relativo a isso.

É super bem bolado, o livro. Ele fala de guerra, compara soldados, generais, sargentos às peças do xadrez...

É levemente amargo, mas muito inteligente e delicinha.

5- Inveja - Mal secreto, por Zuenir Ventura

Gente, ele apenas escreveu 1968, o ano que não acabou e Cidade Partida e etc.

Imaginem Zuenir falando de Inveja, relatando suas idas à terreiros de macumba em lugares cabulosos do Rio de Janeiro. É tão insano quanto imaginar a velhinha doente terminal de 70 anos, da Luxúria do João Ubaldo Ribeiro, trepando freneticamente.

Fora umas sacadas legais. Afinal, segundo ele, a inveja é aquele pecado que ninguém admite que comete. É feião ser invejoso.

6 & 7 - Soberba e preguiça

Como vocês já sabem, um eu ainda não li, o outro eu sequer achei pra comprar. Ainda X)

Enfim, amoguecos...

Tô de volta à Floripa, depilada, de unha feita, cabelo hidratado e derretendo e correndo feito uma louca.

Amsterdã foi rox demais. Chorei horrores nos museus, depois ainda chorei quando soube que meu voô havia sido cancelado. Genau =D

E é isso aí.

Poisonblack é a melhor trilha sonora de motel do mundo, e eu vou pro Jivago dançar até me acabar, hoje.

Don't cry for me, Cuiabá.